2009-06-22

FOi no que DEU! 005



















50 motivos pra gostar de mandolate
ou Não digam que nunca falei de geografia,…

por Fábio “Blablonski” Martins

Espaço, território, região,… Onde estamos? Onde podemos caber/estar?

Iniciando no curso de geografia, há todo um momento inicial de (ou procura de) entendimento geral sobre o assunto. Em meio a isso, um amigo logo caiu em si ou caiu de mais alto e chegou ao entendimento de que tudo é geografia. Se a geografia estuda o que está neste planeta e também se mete a entender de alguma forma a sua formação e a vizinhança (…tipo, o sistema solar e universo,…)… bom, é deste ponto que vemos tudo, onde vivemos e atuamos… resumindo: chegou-se a uma idéia de que tudo é geografia. O mais divertido foi rebater argumentando que alguém entrando no curso de matemática poderia postular que tudo é matemática. Uma questão de recorte (de novo).

Como limitar/compartimentar conhecimento, espaços, pessoas? Parece que antigamente havia espaço bastante para todos… havia apenas uma questão de continuar vivo e um esquema de “ir dar porrada nos outros”. Em algum momento, surgiu (ou se justificou de alguma forma) a posse e o homem foi produzindo seus meios de sobrevivência em um espaço que, então, considerou seu. Com isso, ele poderia ter algum controle sobre aspectos que antes dependiam da natureza/sorte/destino garantindo melhor qualidade de vida e melhores condições de “ir dar porrada nos outros”. Após o desenvolvimento da escrita, a posse foi oficializada e tantos códigos tecidos e estruturas se constituíram como se sempre estivessem ali. A partir de certo ponto, há uma série de regras que se rompidas, permitem que alguém ou algum grupo possam “ir dar uma porrada em outros” mesmo que de formas mais sofisticadas em que não haja especificamente porrada. Ah, porrada mesmo nunca deixou de existir e de certa forma, alguns não precisam de muitos motivos para recorrer a ela.

A esperança é de que cada um possa ocupar um espaço naquele já manjado (e dificilmente praticado) sistema de respeitar o espaço do outro. Ainda não se encontrou um ponto de equilíbrio viável entre liberdade e igualdade. Mais prático que seja um equilíbrio dinâmico…

Outro ponto é não menosprezar os dados quantitativos, aquelas linhas imaginárias e formalidades que traduzem e acabam definindo o mundo. Todo este volume de informações nos serve, basta não estar preso apenas a isso.

E saber que algumas coisas precisam de alteração.

E que o tempo passa, que as coisas estão sempre a caminho… Claro que é estúpido interferir fortemente no ecossistema e extinguir formas de vida, mas no “extremo oposto”, a natureza (da qual a gente se exclui ou acha que tenta se excluir) também tem um ritmo de transformação e espécies aparecem e desaparecem. Exterminamos alguns seres, mantemos outros…

…não sei… o fato é que considerando o volume integral do planeta, a crosta e atmosfera em que vivemos é um espaço ridiculamente pequeno dentro do todo. A vida então é o mais feliz dos acidentes. Há uma série de fatores e condições delicadas que permitem a vida como conhecemos (biologicamente e culturalmente falando). Mesmo sendo “pouco”, interferimos mais ou menos. Assustador é ver que efetivamente modificamos/artificializamos/urbanizamos apenas 3% da superfície emersa do planeta. É bem menos do que eu esperava. De certa forma é uma boa notícia… E se pegássemos toda a população mundial, ela caberia dentro da cidade de Porto Alegre. Bem, o conforto e bem-estar estariam certamente comprometidos. Estranho encarar estes números. E não saber nossa parte nisso. Não saber no que acreditar. Alguma dúvida sempre é saudável.

Apenas não deixe de viver. Com toda essa caminhada e conectividades do progresso, as fronteiras se esconderam onde não podemos ver (, mas continuam lá… não se engane). No geral, o último território é o próprio corpo. E como os continentes, há muita gente por aí à deriva. Quem não quer encontrar sua Índia e se erguer aos céus, sentir-se lá no alto… sem ar… (ok, explicação rápida: a Índia nem sempre esteve unida ao continente asiático e o choque deles resultou no que conhecemos como Himalaia - se for preciso explicar mais detalhadamente, entre em contato).

Você precisa de motivos pra gostar de mandolate? Você deve (possivelmente) ter severos problemas (,… mas somos todos livres pra escolher também).

Pensando em fronteiras, elas realmente cabem em terrenos e pessoas. Mais nas pessoas… que separam chão, se refugiam em jargões, criam feudos dos mais abstratos, erguem bandeiras… em um debate sobre espiritualidade que assisti, alguém ressaltou que não são poucos os hinos que exaltam as nações e chamam pra guerra… isto fez todo sentido como constatação e bem menos como entendimento do mundo.

Olha, não fechei nenhum destes conceitos. Quero nem fechar. Quero ver o “jogo” correndo. E se a Sociedade da Terra Plana oferecer carteirinha de membro, eu me inscrevo imediatamente (dependendo do valor… sempre isso…). Só pela diversão.

E gosto de mandolate. Espero que eu continue gostando. Espero que ainda haja mandolate por muito tempo.


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Um comentário:

fabiomesmo disse...

Inúmeros agradecimentos à Carol Vieira por presentear a equipe do entrEQuadro com um pacote especial com 50 mandolates (que valem mais que ouro que o Sílvio Santos diz valer mais que dinheiro).

MUITO Obrigado!